Coparticipação: economia ou armadilha nos planos de saúde?
A coparticipação é um modelo de contratação de plano de saúde em que o beneficiário paga uma mensalidade reduzida e, a cada utilização do serviço — como consultas, exames ou procedimentos — arca com uma taxa adicional definida em contrato. Essa cobrança pode ser um valor fixo (ex.: R$ 30 por consulta) ou um percentual do custo do atendimento (ex.: 20% do valor de um exame).
👉 Em muitos casos, existe ainda um teto de coparticipação, garantindo que o valor cobrado nunca ultrapasse um limite máximo. Assim, o cliente paga menos na mensalidade e tem previsibilidade mesmo em situações de uso intenso, como internações ou exames complexos.
A transformação do mercado de planos de saúde
Nos últimos anos, os planos de saúde passaram por grandes transformações. A maioria dessas mudanças teve como propósito se ajustar à nova realidade do mercado: custos médicos cada vez mais altos, maior demanda por atendimentos e a necessidade de equilibrar o que as operadoras oferecem com o que os clientes conseguem pagar.
Uma dessas mudanças foi a aplicação da coparticipação. Embora muita gente ainda olhe esse modelo com desconfiança, isso geralmente acontece por falta de conhecimento. Afinal, basta analisar o quanto realmente utilizamos o plano de saúde para perceber que, em muitos casos, a coparticipação pode ser uma solução equilibrada.
👉 Pense por exemplo, nos casos mais extremos: internações, cirurgias ou exames complexos. Esses procedimentos custam milhares de reais, mas o cliente arca apenas com uma fração, enquanto o restante é coberto pelo plano. Já nos atendimentos do dia a dia, muitas vezes pagamos mensalidades bem maiores em planos sem coparticipação para um uso real que pode ser bastante baixo.
Plano de saúde com coparticipação
O plano com coparticipação funciona como um fator moderador. Ele reduz a mensalidade e distribui parte do custo conforme a utilização.
- Vantagens: mensalidade até 40% mais baixa, uso consciente dos serviços, mais opções no mercado e tetos de cobrança que oferecem previsibilidade.
- Desvantagens: custo variável, dificuldade de prever gastos e não indicado para quem usa o plano com muita frequência.
Sendo assim, trata-se de uma alternativa vantajosa para quem deseja pagar menos todos os meses e não costuma utilizar o plano com alta frequência.
Plano de saúde sem coparticipação
No modelo sem coparticipação, o cliente paga apenas a mensalidade fixa, independentemente de quantas vezes use o plano.
- Vantagens: previsibilidade total de gastos, ideal para quem usa muito o plano.
- Desvantagens: mensalidade mais cara e pouca disponibilidade no mercado (menos de 10% dos planos hoje).
Assim, esse tipo de plano é indicado principalmente para famílias com alto uso, idosos ou pessoas que realizam tratamentos contínuos.
O quanto realmente usamos o plano de saúde?
Estudos mostram que, no Brasil, a média de utilização é de apenas 1,5 a 1,8 consultas por pessoa ao ano, enquanto em países da OCDE a média chega a 6 consultas anuais.
👉 Isso significa que, para a maioria dos brasileiros, o uso real do plano é baixo. Portanto, pagar uma mensalidade mais alta em um plano sem coparticipação pode não ser estratégico, já que o valor gasto com coparticipações em consultas e exames básicos tende a ser menor do que a diferença mensal entre os dois modelos.
Coparticipação: uma tendência que veio para ficar
Mais de 90% dos planos de saúde no Brasil já utilizam o modelo de coparticipação. E essa é uma tendência global. Em países como os Estados Unidos, além da coparticipação, existe ainda a franquia (deductible), em que o cliente só começa a ter cobertura após atingir um valor mínimo de gastos.
👉 Aliás, quando comparamos, o modelo brasileiro ainda é mais equilibrado: permite uso imediato, estabelece tetos de cobrança e preserva o consumidor de custos excessivos.
Dados de Mercado sobre Coparticipação
Em apenas uma década, o número de beneficiários em planos com coparticipação passou de 8,3 milhões (2007) para 24,7 milhões em 2021. A participação subiu de 22% para 52% nesse período, representando hoje cerca de 32% de todos os planos ativos no Brasil (Fonte: IESS).
No ambiente corporativo, a adoção de planos empresariais com coparticipação cresceu de 52% em 2023 para 65% em 2024. Já os planos sem coparticipação recuaram de 60% para 45% no mesmo período
📌 Esses números reforçam que a coparticipação não é apenas uma alternativa, mas sim um modelo consolidado e cada vez mais adotado no Brasil.
Plano de saúde com coparticipação vale a pena?
Na maioria dos casos, sim. O plano de saúde com coparticipação oferece mensalidades mais acessíveis e garante o mesmo padrão de cobertura, sendo ideal para quem faz poucas consultas por ano.
👉 Até mesmo em situações de maior custo, como uma internação, a despesa com coparticipação pode ficar em torno de R$ 250,00 dependendo do tipo de plano o valor pode variar. Quando comparada à economia de mais de 20% na mensalidade, essa diferença mostra que o modelo pode representar uma grande vantagem financeira ao longo do ano.
Bem como pode ser a melhor solução para empresas que desejam oferecer o benefício sem elevar muito seus custos fixos.
No entanto, para famílias com crianças pequenas, idosos ou pessoas em acompanhamento contínuo, pode ser mais interessante considerar a modalidade sem coparticipação, justamente pela frequência de uso.
Conclusão
A escolha entre plano de saúde com ou sem coparticipação deve ser feita com base no perfil de uso real.
- Quem busca mensalidade mais baixa e usa pouco o plano, tende a se beneficiar da coparticipação.
- Quem prefere previsibilidade total e utiliza com frequência, pode optar pelo modelo sem coparticipação.
👉 Antes de decidir qual é a opção mais adequada, procure a orientação de um especialista.
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